terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Português despedido ilegalmente na Holanda confiante na indemnização

Português despedido ilegalmente na Holanda confiante na indemnização Hélder Carril não desiste mas a sua maior vontade é voltar para Portugal
Ana Baião

"Estou nervoso, super-cansado, mas os ventos parece que estão finalmente a mudar para o meu lado". Era este o estado de espírito de Hélder Carril à saída do tribunal de Zandaam, após o julgamento do caso de despedimento ilegal de que foi vítima na Holanda. Uma realidade comum a milhares de outros trabalhadores temporários portugueses.

Ao fim de mais de seis meses a viver da caridade alheia, o jovem do Porto começa a ver a luz ao fundo do túnel. "O advogado está confiante e dentro de uma semana temos a decisão do juiz", explica Hélder, que acredita na hipótese de receber uma indemnização entre os seis e os quinze mil euros por ter sido despedido após adoecer, sem receber os ordenados em atraso.

Embora esperançado na rápida resolução do caso, o trabalhador do Porto não esconde que a ida a tribunal foi dura. "Estar em frente àquelas pessoas que já me prejudicaram tanto e ouvi-las a mentir sobre mim matou-me", conta. "Eles apresentaram cartas assinadas à última hora por outros trabalhadores que garantem que os viram a pagar-me vales de adiantamento. O meu advogado diz que o juiz não ficou muito convencido".

A acompanhar Hélder esteve uma tradutora portuguesa da Lize, uma organização que tem estado a acompanhar o caso e que se dedica ao aconselhamento e integração de emigrantes sul-europeus na Holanda. A imprensa holandesa também continua a seguir a história do trabalhador português. Resta a todos esperar pela decisão do juiz, que deverá ser conhecida na próxima terça-feira.

In Expresso

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